Os famosos cupcakes sofreram nos
últimos tempos um revivalismo e são muitas as páginas na internet que
nos tentam ensinar a fazer o doce ou nos apontam onde podemos comprar um
destes pequenos requintes de doçaria.
Na verdade, o termo cupcake apareceu pela primeira vez no livro de receitas de Eliza Leslie, em 1828.
No século XIX, estes pequenos bolos eram cozidos em recipientes
individuais, ao contrário dos tabuleiros que hoje se usam para levar os
muffins ao forno, especialmente nos Estados Unidos. Existe ainda outra
teoria que defende que o nome "cup" não advém apenas das formas em que
eram cozinhados, mas também da maneira de medir os ingredientes: por
copos (cups).
De qualquer das formas, esta foi uma grande inovação para as confeitarias:
por um lado, ao serem levados ao forno em pequenos recipientes,
demoravam muito menos a serem cozinhados e havia um risco muito menor de
serem queimados. Por outro lado, a introdução de medidas específicas
fez com que as receitas passassem de mão em mão muito mais rapidamente,
estandardizando a forma de fazer bolos. As receitas que nessa altura
foram descritas são, em grande maioria, as que ainda hoje se usam.
A base do cupcake é composta
por quatro ingredientes básicos - manteiga, açúcar, ovos e farinha - mas
a parte superior fica a cargo de cada cozinheiro e da sua criatividade.
Depois de a massa de base estar cozinhada, retiram-se os cupcakes do
forno e começa a trabalhar-se na cobertura. Normalmente usa-se pasta
americana (uma pasta moldável à base de açúcar, que depois de ferver
enrijece e pode tomar qualquer cor com o uso de corantes), que pode ser
feita em casa ou comprada em qualquer supermercado.
O resultado final é colorido e acabado
de sair de um conto de fadas. Ao longo dos anos, os cupcakes têm-se
tornado uma verdadeira arte de pormenor, em que os cozinheiros mais
experientes misturam todo o tipo de cores e figuras, dando azo à sua
criatividade. E se não tiver mão para a cozinha, em Portugal há por
exemplo os Merry Cupcakes, a Tease e a CakeShop Mónica Pereira. No
Brasil, há a Cupcake & Co, que aceita encomendas de cupcakes para
todo o tipo de eventos.
A verdade é que só em 2009 a
venda de cupcakes nos EUA subiu 22% e foi a receita que mais aumentou
nas pesquisas da Google no mesmo período. E de onde vem esta súbita
fama? Há quem diga que tudo (re)começou quando, num episódio de O Sexo e
a Cidade, Carrie entrou na loja Magnolia, em Nova Iorque, para comer um
cupcake. A partir daí multiplicaram-se as pequenas pastelarias
dedicadas a este doce, que até entrou nos roteiros turísticos da cidade
e, daí, se espalhou para o mundo. Mas há também quem defenda que é mais
uma forma de regeneração urbana, de mistura de tradição e contemporâneo,
que poucos sabem fazer como os habitantes da metrópole americana. Ficam as imagens e a dúvida: os cupcakes são um hype ou uma nova forma de valorizar o tradicional?