A
criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah,
como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se
ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na
ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
Um poema de Fernando
Pessoa
que poema lindo....amei
ResponderEliminarfora da cozinhas és como eu que fixe.....assim te amo mais
ResponderEliminarah!obrigado Cláudia,bjs
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